quarta-feira, 27 de julho de 2011

Desculpem,

mas não vou poder postar durante um mês. Vou de férias e só volto dia 31. Beijinhos (:

terça-feira, 26 de julho de 2011

Capítulo 1 - As lágrimas ajudam sempre...


Flashback on

Sara encontrava-se em cima da pequena bancada de pedra da cozinha da casa do seu namorado. Ele estava a acabar de se arranjar e ela preferiu esperá-lo ali.
- Amô, cê quer comer o quê? - perguntou-lhe David entrando de rompante na cozinha colocando-se entre as pernas dela e deu-lhe um beijo no seu ombro.
- Eu não sei, Dê! Faz qualquer coisinha que eu ajudo-te! - disse rapidamente olhando-o nos olhos.
Sentiu-se estremecer, como sempre acontecia quando o olhava daquela maneira, e sentiu a temperatura do corpo aumentar. Não que ela não estivesse habituada a estar perto dele, a estar assim tão perto dele, mas ele era tão especial que até pequenas coisas como aquela a deixavam naquele estado. Ao senti-la tremer, David escondeu um sorriso e aproximou lentamente o seu rosto do dela. Quando as suas bocas se uniram, as mãos rebeldes dele a tocavam por cada recanto do corpo dela, que já conhecia tão bem, enquanto as dela afagavam-lhe os seus cabelos. As suas línguas dançaram numa melodia ritmada e apaixonada. De seguida, fizeram uma brincadeira mais atrevida com as línguas e selaram o beijo com outros repenicados.
- Eu amo você, gata. - jurou-lhe num sussurro perto dos seus lábios.

Flashback off


Há 4 anos atrás

Era o primeiro ano de Sara na faculdade e por isso sentiu-se bastante nervosa, mas ao mesmo tempo uma felicidade enorme inundava o seu coração. Sabia que naquele ano ou tudo ou nada podia mudar e, obviamente, que ela queria uma grande mudança na sua vida, uma mudança que a fizesse esquecer os últimos dois anos negros da sua vida. Estacionou o seu carro um pouco longe da faculdade por não haver lugares perto dela e caminhou um pouco até chegar lá. Assim que colocou os dois pés dentro da faculdade, ouviu soar o toque e lamentou-se por ter vindo de carro e ter apanhando uma grande fila de trânsito e não ter vindo de metro, como todos os jovens fazem. Pediu a uma rapariga, que aparentava ser um pouco mais velha que ela, indicações para a sala onde ela iria ter a sua primeira aula de música. Depois de seguir as instruções da jovem, chegou finalmente a uma porta de madeira, com indícios de estar já lá há algum tempo, e bateu à porta. Quando ouviu a confirmação que poderia entrar, abriu a porta e desculpou-se rapidamente.
- Por hoje tudo bem, mas para a próxima não entra! - avisou o professor carrancudo apontando para uma cadeira na fila da frente para que ela se sentasse.
No decorrer dessa aula, como todas as outras que a seguiram, ouviu atentamente tudo o que os professores lhe diziam. Dizendo a verdade, Sara não tinha ouvido quase nada do que diziam, mas a sua sorte é ter "conhecido" um colega seu, daqueles que só ligam aos estudos, que lhe tirava todos os apontamentos que precisava. Assim que o alarme soou, todos saíram rapidamente da sala para se dirigirem às suas "belas" casas mas Sara andava mais vagarosamente.
- Menina Sara... - chamou-a a sua professora de canto que arrumava alguns papéis de cima da secretária, e ela virou-se sorrindo falsamente - Tem que ficar mais atenta ao que eu lhe digo pois nem sempre os seus colegas podem te safar. - avisou saindo da sala deixando-a perplexa olhando o tecto.

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- Finalmente em casa. - suspirou alto enquanto pousava a sua mala na mesa do Hall e despia o seu casaco.
Abriu a porta da sala e sentiu um cheiro novo, um cheiro só dela, um cheiro que só ela podia sentir. Só ela não. Ela e a sua linda cadela castanha e branca, com menos de 2 meses, que insistia em desarrumar todos os dias a sua cozinha. Foi então que abriu a porta da cozinha e Cookie saltou para cima dela tentando alcançar o seu rosto. De certeza que se ela fosse menor, ou a cadela maior, que lhe teria derrubado. Pegou-a ao colo e brincou com ela sentando-se no sofá.
Cookie já estava bem mais calma e dormia pesadamente no seu colo até ouvir o telemóvel de Sara tocar dentro de sua mala e levantar-se para buscá-la. Revirou a mala tentando encontrá-lo e assim que o viu atendeu rapidamente.
- 'Tou?
- Fogo, demoras uma eternidade para atenderes uma porcaria duma chamada! - ela não precisou de verificar quem lhe ligava pois conseguia reconhecer aquela voz em qualquer lugar.
- Vá Inêzinha, não chores... - brincou dirigindo-se novamente para a sala sentando-se um pouco mais longe da cadela que parecia não ter ligado ao facto de já não estar ao colo dela - Mas o que é que a menina queria? - perguntou querendo chegar rapidamente ao assunto por que lhe ligara.
Não que ela não gostasse de falar com Inês, porque não era nada disso. Aliás, Inês conseguia ser a única pessoa a quem ela não se cansava, a única que não lhe fazia derramar lágrimas e lágrimas todos os dias.
- Hoje à noite vamos sair! - informou tentando conter o riso.
- Vamos? Nem me perguntaste se eu podia... - molengou a voz pegando no comando da televisão e ligou num canal aleatório.
- Eu sei que podes. E nem tentes recusar porque eu não aceito um não como resposta! - afirmou sorrindo do outro lado da linha - Aliás, eu nem preciso duma resposta! Às 21:30h vou-te buscar... Leva uma roupa decente porque a noite promete...!
- Mas eu não quero vir muito tarde para casa... Amanhã tenho aulas bem cedo. - informou suspirando lembrando-se do seu "lindo" dia naquele sítio novo.
- Mas onde é que está a Sara? - perguntou fazendo-a não entender o que dizia - Aquela Sara que não se importava de faltar um dia inteiro às aulas?! - questionou fazendo mudar completamente o sorriso de Sara.
- Essa Sara morreu quando... - calou-se por momentos pois sabia que não conseguiria acabar de dizer aquilo pois, além do seu coração não deixar, sabia que ia deixar cair várias lágrimas - Deixa lá isso. Então 'tá bem. Mas não te atrases...
- Eu não me atraso... - prometeu sorrindo - Então até logo, bombom! - despediu-se tentando animá-la ao chamar do nome que ela mais "odiava" mas nem assim ela mudou a sua feição.
- Até logo... - desligou a chamada e encostou a sua cabeça para trás deixando o seu coração mandar e escorrer várias lágrimas pelo seu rosto.
Era sempre isso que acontecia quando se lembrava daquela noite... Daquela festa... Daquele lugar. Era sempre assim quando se lembrava que não podia voltar com o tempo atrás e mudar tudo... "Nada pode mudar este sofrimento", dizia ela sempre que falava com Inês sobre o mais temível assunto, mas ela não poderia nem conseguiria imaginar que aquela noite ia mudar tudo... Ou simplesmente nada.

domingo, 24 de julho de 2011

Prólogo - Nem sempre viver custa

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Sabem aquela sensação de dor interior, que por mais que vocês lutem contra ela não desaparece? Sabem aquela sensação de perda a que são sujeitas sem estarem à espera e que vos transforma o coração num pequeno objecto denominado, pelo único causador de sofrimento, de nada? Sabem aquela sensação de ver e rever fotografias vossas com o dito “amor das vossas vidas”, vezes e vezes sem conta, sem nunca vos cansarem? Sabem aquela sensação de querer voltar a andar atrás com o tempo, de pará-lo num exacto momento, onde eram realmente felizes? Sabem aquela sensação de se sentirem enxuvalhadas por quem vocês amavam, por um simples erro, por um simples precauço do destino? Sabem aquela sensação de amar? Sim, essa mesma. Aquela sensação que vos “acorda” todos os dias, aquela sensação que anda com vocês para todo o lado, sem cessar. E aquela sensação de perda, de falta? Aquela sensação de não ter forças para lutar? A sensação de amar e ser amada, e no final de tudo serem tratadas como lixo? Já ouviram falar? Eu nunca tinha ouvido falar, juro que não. Mas assim que a senti na minha pele, tive duas fases: a da aceitação e depois a da negação.